Os riscos fiscais neste ano eleitoral aumentam à medida em que a sustentação política do Congresso se consolida com o Centrão, tendo o presidente da Câmara, Arthur Lira, e seu colega de partido, ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, como personagens centrais. Na quinta-feira, Paulo Guedes disse que o governo prepara mais medidas da agenda positiva que, incluídas em um quadro mais amplo, preocupam. A correção da tabela do IR, uma nova redução do IPI e medidas de estímulo ao crédito somam-se à especulação sobre reajustes aos funcionários públicos que significam aumento de despesa permanente. Sobre esse tema, impulsionado pelas perdas provocadas pela inflação de dois dígitos, Guedes tem criticado governadores que já determinaram aumentos aos servidores, mas o presidente Jair Bolsonaro tem posição diferente porque prometeu aumento aos policiais federais. O presidente do Banco Central comenta em eventos abertos que os temores ligados às perspectivas fiscais do Brasil têm mais relação com as dúvidas sobre o crescimento sustentável da economia – aumentos do gasto e da dívida pública – e menos com a relação entre dívida bruta e PIB.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
