Mesmo demitido por Jair Bolsonaro, o general Joaquim Silva e Luna dá expediente na Petrobras até o dia 13 de abril, data da reunião do Conselho de Administração que aprovará o nome dos dois novos dirigentes da empresa. Silva e Luna não foi o único a ter seu nome excluído do conselho por determinação de Bolsonaro. Também foi excluído do conselho Murilo Marroquim. A demissão do general Silva e Luna foi comunicada a ele pelo ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, por volta das 15h de ontem, em uma conversa de cerca de meia hora. Bolsonaro e Silva e Luna não se falam há meses. Desde que a relação dos dois se esgarçou definitivamente, há uns dois meses, o presidente Bolsonaro se limita a mandar mensagens para o general com ironias e indelicadezas, ao que Silva e Luna se limita a ler e não responder. Na semana passada, o ministro Bento avisou a Silva e Luna que “o gato tinha subido no telhado”. Para Silva e Luna, não houve qualquer surpresa nesse processo. Após ser comunicado, o general confidenciou a um de seus interlocutores que estava saindo e que permaneceria no cargo até dia 13 de abril, “sujeito a chuvas e trovoadas”. Confidenciou ainda que toda a situação não era nada agradável até porque, não há como se manter quando se perde a confiança. Silva e Luna repetiu que, como soldado, está acostumado a viver em campo de batalha, onde se considera sua “zona de conforto”. E emendou desabafando: “Não vendo a minha alma para ninguém”. Silva e Luna também comentou que “não perde o sono” e que sua “pressão se mantém 12×8”. Até o dia 13, de acordo com informações na empresa, graças à grande volatilidade dos derivados de petróleo do mercado, é possível que haja redução de preço dos produtos, o que seria até uma ironia.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília