Os lobbies que impediram o avanço da Reforma Administrativa no mandato de Jair Bolsonaro vão retomar suas pressões sobre os parlamentares em contexto político diferente. O presidente da Câmara anunciou que quer votá-la, mas o governo Lula está na contra mão e divulgou a abertura de concursos para mais de oito mil vagas e esse número pode dobrar neste ano. Os defensores das mudanças afirmam que é preciso reduzir o custo da máquina administrativa, mas os conflitos começam na hora de escolher quem vai perder benefícios e privilégios. Seriam os funcionários públicos das carreiras de Estado, os juízes e integrantes do Ministério Público ou os militares? Aproximadamente 70% dos servidores estatutários da União, dos Estados e dos municípios – cerca de 7 milhões de pessoas – ganham salários de até R$ 5 mil, mas a memória fica marcada pela imagem das mordomias, dos carros oficiais e dos contra cheques acima de R$ 20 mil de um grupo relativamente pequeno, mas poderoso. Além disso, há quem ganhe acima do teto de R$ 41.650 referente ao subsídio de um ministro do STF.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Pablo Valadares