Apesar de confirmações dadas anonimamente na quarta-feira da semana passada por fontes do Palácio do Planalto, o reajuste de 5% para todos os servidores civis e militares não foi considerado pelo Ministério da Economia no projeto da lei de diretrizes orçamentárias de 2023. O Secretário Especial de Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, explicou que o reajuste de 5% é um esforço fiscal considerável, mas é apenas uma das propostas sobre a mesa. Falta decisão do presidente Jair Bolsonaro. O PLDO 2023 tem uma reserva de R$ 11,7 bilhões que pode ser usada para acomodar reajustes dos funcionários públicos, mas, se a decisão for de 5%, ainda seria necessário buscar mais R$ 900 milhões em cortes de despesas ou aumento de receitas a partir de 2023. Se Legislativo e Judiciário entrarem nessa conta, será mais R$ 1,5 bilhão neste ano e o dobro a partir do ano que vem. O caótico bolo que vem sendo batido, que ainda não foi ao forno, tem como ingredientes a inflação de dois dígitos, a promessa de Bolsonaro aos policiais, greves e operações-padrão em andamento, a campanha da reeleição e as críticas de Paulo Guedes aos governadores que deram reajustes.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília