O esforço para acomodar reajustes salariais relevantes para todas as carreiras de Estado consumiria muito capital político do governo e seria, adicionalmente, um sinal fiscal negativo. O momento é o pior possível para alimentar expectativas de deterioração fiscal depois de a Casa Civil ter articulado com o Congresso a PEC que reduz tributos sobre combustíveis. O Ministério da Economia foi ignorado. A lei orçamentária tem previsão de R$ 1,7 bilhão para reajustes salariais e o presidente Jair Bolsonaro prometeu o benefício para três carreiras policiais. Há um caminho legislativo para ampliar esse gasto e agradar grande parte dos 570 mil servidores federais. Se essa for a decisão política, é necessário enviar um PLN ao Congresso para mudar a lei orçamentária deste ano. Além disso, seria preciso conciliar esse movimento com um corte de outros gastos e definição de fonte de financiamento.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília