Técnicos da equipe econômica informam que Fernando Haddad nunca defendeu mudanças que possam arranhar a autonomia do Banco Central. O PLP 45/2023 diminui o poder do Banco Central ao reduzir o Comitê de Política Monetária a cinco integrantes, sendo que quatro são do governo. Politicamente, o projeto não ajuda o ministro da Fazenda, apesar de a proposta estar alinhada, superficialmente, ao que ele tem defendido sobre harmonizar as políticas fiscal e monetária. No fim de junho, o Conselho Monetário Nacional manteve a meta de inflação em 3% com a flexibilização do período. A decisão pode ser interpretada como uma vitória de Haddad porque a meta contínua esvaziou os argumentos de quem criticava o Banco Central por causa da Selic em 13,75%. Por outro lado, ao manter a meta em 3%, evitou flertar com a tolerância da inflação.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Pedro Ladeira, Folhapress
