Sem votos suficientes para barrar a Reforma Administrativa na Câmara, o alto escalão do governo ainda não definiu sua estratégia para resistir a essa pauta prioritária para o presidente Arthur Lira. As medidas que o Executivo vem tomando desde janeiro foram no sentido contrário do que fez o ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro. A autorização para realizar concursos para a contratação de aproximadamente oito mil servidores é um exemplo. O reajuste de 9% nos salários depois de vários anos de congelamento é outro sinal. Técnicos da equipe econômica sabem que a Reforma Administrativa não é agenda dos ministros e tampouco de Lula, mas citam algumas direções que podem ser tomadas na estratégia de desidratar o plano de Lira. Uma delas é a de ressaltar o peso, per capita, de algumas carreiras privilegiadas no volume de gasto com pessoal. Nesse grupo estão integrantes do Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público e das Forças Armadas. O objetivo é deixar clara a dificuldade que os parlamentares terão para enfrentar os lobbies do topo da pirâmide do funcionalismo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom, Agência Brasil