O ministro Paulo Guedes é um defensor do “Estado mínimo” e insiste nas privatizações até mesmo quando o seu chefe, Jair Bolsonaro, diz ser contra vender o controle de Banco do Brasil, Caixa e Petrobras. Apesar dessa oposição, é razoável acreditar que, em eventual segundo mandato, Bolsonaro se convença que privatizar as grandes estatais é uma boa medida e não prejudicará o apoio parlamentar do Centrão. Lula lidera as pesquisas de intenção de voto e, se vencer, a aposta fácil considera que o ex-presidente não vai ampliar as privatizações. Outro tema central na agenda econômica dos candidatos é o teto de gastos. Aprovado no fim de 2016 como a resposta fiscal politicamente possível para o governo de Michel Temer recuperar a credibilidade econômica, o mecanismo enfrenta grave crise de fadiga. Guedes não poupa críticas ao teto e repete que é apenas um símbolo. Se o PT voltar ao poder, vai trabalhar para derrubar formalmente o teto no Congresso, mas será necessário mostrar que haverá disciplina fiscal e dívida pública sustentável. O “Estado mínimo” de Guedes significa reduzir o capital político para sustentar o presidencialismo de coalizão? Lula presidente em outro contexto político e econômico conseguirá impor um modelo intervencionista como, por exemplo, Dilma Rousseff tentou e fracassou?
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília