Muitos parlamentares que resistem à ideia de aprovar uma PEC que garanta o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600 em 2023 citam que Lula não tem ministro da Fazenda e, portanto, não sabem quem vai comandar a pasta responsável pela política fiscal. Pouco adiantou dizer a eles que o ministro de fato será o próprio Lula. Nesse clima de vazio político para o dono da segunda cadeira mais importante da Esplanada dos Ministérios, o ministro Paulo Guedes se reuniu com os economistas Nelson Barbosa e Guilherme Mello. Ambos integram o grupo da Transição com Persio Arida e André Lara Resende. Está sepultada a ideia de manter no próximo governo a superestrutura criada em 2019 com a fusão dos ministérios da Fazenda, Planejamento, Trabalho e MDIC. Além disso, a campanha revelou que os vencedores da eleição rejeitam o Estado mínimo de Guedes porque acreditam que o investimento público é o indutor do crescimento econômico. O único ponto de convergência nas agendas de Guedes e dos economistas da transição parece ser a escalada do Congresso na definição de um orçamento que já era extremamente rígido quando Barbosa sucedeu a Joaquim Levy em 2016 no Ministério da Fazenda da presidente Dilma Rousseff. De lá para cá, a situação se deteriorou muito com a ampliação das emendas do relator.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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