A recente mudança nos comentários do presidente Jair Bolsonaro, agora a favor da venda do controle da Petrobras, não significa que a máquina governamental está se movimentando nesse sentido. O ministro Paulo Guedes tem usado a palavra “narrativa” para se referir a interpretações de opositores que ele considera erradas ou exageradas. No caso da privatização da Petrobras, os sinais mostram que há discurso, mas não há ação das equipes técnicas que têm de lidar com essa demanda. Bolsonaro vinha repetindo que não queria privatizar Petrobras, Caixa e Banco do Brasil, apesar de posição contrária de Guedes. Neste momento, o contexto no Palácio do Planalto é de inconformismo com os aumentos dos preços dos combustíveis, sinal de que se quiserem realmente privatizar a Petrobras, já está dado o risco de intervenção estatal. Se não, qual seria a vantagem política de o governo abrir mais uma frente de batalha no Congresso?
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília