O aperto da política monetária que levou a Selic a 12,75% ao ano vai continuar e aumentará a aflição dos comandantes da campanha da reeleição do presidente Jair Bolsonaro. A inflação prejudica eleitores e reduz o poder de compra dos que têm emprego, renda ou qualquer ocupação. Quem procura emprego, terá de esperar um ambiente de crescimento da atividade. Esse cenário macroeconômico está, definitivamente, sem sincronia com o calendário eleitoral. A comunicação do Banco Central usou ontem palavras que preocupam os líderes do Centrão e todos os personagens que apostam no segundo mandato de Bolsonaro. “O ambiente externo seguiu se deteriorando” e “a inflação ao consumidor seguiu surpreendendo negativamente” são expressões que os frequentadores do Palácio do Planalto torciam para não ouvir, mas foram impostas pela missão do Banco Central, que tem a garantia da autonomia operacional.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília