Há muitos sinais dos planos de Lula para as empresas estatais. Recentemente, foi confirmado o plano de levar o ex-ministro Guido Mantega ao Conselho de Administração da Vale. Normas legais da privatização da Eletrobras foram contestadas no STF, mas não há desfecho próximo dessa ação que pretende dar mais poder de voto à União. Na Petrobras, a retomada do investimento na refinaria Abreu e Lima não surpreende, mas a estratégia maior está na transição da companhia que, publicamente, quer ocupar mais espaço nos segmentos de energias renováveis. No âmbito legal, a redução ou derrubada das travas da Lei das Estatais interessa ao governo Lula e a muitos parlamentares que esperam a votação de um projeto no Senado. A relação do Executivo com as estatais é tradicionalmente tensa e, muitas vezes, obscura. Jair Bolsonaro, apesar de ter Paulo Guedes como ministro da Economia, disse no início do seu mandato que não privatizaria Petrobras, Banco do Brasil e Caixa. No fim do mandato, Adolfo Sachsida, então ministro de Minas e Energia, prometeu vender o controle da estatal petrolífera. Lula foi eleito e o sinal da privatização foi trocado. Agora, o que integrantes do governo ressaltam são as crises que irritam consumidores de serviços públicos privatizados.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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