Os produtores de biodiesel passaram os últimos anos sofrendo com várias derrotas para o setor no governo de Jair Bolsonaro. As ações, tanto para o biodiesel como para o segmento de combustíveis no geral, tinham como principal foco a redução dos preços. A principal delas foi a redução da mistura obrigatória do óleo de soja, que impacta a produção do agronegócio ligado a esse setor. Como se trata de uma decisão do governo é, portanto, escolha política. Para os próximos anos, os planos do MME não são diferentes. Estudam a flexibilização da importação do biodiesel, bem como do Selo Social, e avaliam novos tipos de biocombustíveis dentro da mistura obrigatória. É um posicionamento muito forte dentro da Economia e que vinha sendo contido por Bento Albuquerque e Tereza Cristina. As propostas só não se fortaleceram mais sob o comando de Adolfo Sachsida por conta do período eleitoral. Um cenário diferente se desenha sob uma eventual gestão de Lula, mas sem detalhamento. Representantes da campanha do petista têm dado sinais de que Lula deve retomar uma política forte para o setor de biodiesel, incluindo o calendário de mistura obrigatória. Pelo calendário que já foi aprovado pelo CNPE, o Brasil teria que ter uma mistura obrigatória de 15% do óleo de soja a partir do próximo ano. Pode contribuir também para uma defesa maior desta política o compromisso ambiental que Lula tem feito questão de divulgar durante sua campanha. Mesmo sem maiores detalhes do que pode ser feito, conta a favor de Lula a própria criação da política de mistura em 2004, que inicialmente era voluntária e depois passou a ser obrigatória.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Reprodução, Secretaria Geral da Presidência da República