A chuva acima da média esperada já no início do período úmido definitivamente contribuiu para varrer a possibilidade de um apagão ainda neste ano. Mais do que isso, foi responsável por derrubar o preço spot da energia para R$ 50 por MWh para próxima semana. Mesmo assim, alguns fatores ainda preocupam o governo. O aumento de beneficiários da tarifa social, com o avanço da pobreza com a crise econômica, joga a conta para o restante do mercado cativo e pressiona as contas de luz. Com aprovação de projeto de lei do Congresso, o benefício passou a ser automático para inscritos no CadÚnico. Para agentes do setor, o principal problema é o sistema de precificação, o PLD, que leva em conta as variações de preço entre energia contratada e consumida. Com a perspectiva de manutenção de térmicas caras, é possível que a variação na conta de luz volte a ficar grande assim que o período de chuvas piorar. Associações como a de grandes consumidores têm tentado pressionar a Aneel por uma revisão no sistema de precificação. A iniciativa é bem vista na agência, mas não tem encontrado muita receptividade no governo, que tem focado no novo empréstimo das distribuidoras para aliviar os caixas das empresas.
Equipe BAF – Direto de Brasília