Técnicos da equipe econômica avaliam que a PEC 32/2022, aprovada ontem no Senado, vai impor déficits primários até 2026. Esse cenário das contas públicas levará a dívida bruta a 80% do PIB e a deterioração fiscal vai dificultar o trabalho do Banco Central que terá de prolongar o ciclo de juros altos. Segundo essa avaliação pessimista, o país terá menos crescimento e mais desemprego. Os técnicos ressaltam que o Brasil precisa de ajuste fiscal e essa demanda deveria estar acima das agendas política e econômica para evitar que os mais pobres paguem o preço de viver em um país que vem gastando muito mais do que arrecada. Ontem o Banco Central manteve a Selic em 13,75% ao ano, mas os integrantes do Copom deixaram clara a mensagem de preocupação com a perspectiva fiscal. O comunicado da decisão acrescentou a palavra “elevada” para se referir à incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal. Na parte final do texto, os diretores do BC ressaltam que o Copom “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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