Os integrantes do Copom anunciarão hoje a decisão sobre a Selic, mas a busca pela apuração da ociosidade da economia vai continuar para tentar responder o que acontece no Brasil. O desafio envolve a diferenciação entre ociosidade e atividade. Afinal, o país está mais produtivo e a ociosidade está caindo? O Banco Central tem uma cesta de dados como, por exemplo, a taxa de desemprego apurada pelo IBGE, os dados do emprego formal do Caged, a variação do PIB, o nível do uso da capacidade instalada medido pela FGV e muitas outras informações. No mercado, muitos enxergam ociosidade menor do que a considerada pelo BC. A prévia do IPCA apontou para o fim da deflação em outubro. Na última ata do Copom, ficou ressaltado que “medidas de grau de ociosidade de uma economia possuem elevada incerteza” e que a “análise de alguns indicadores de atividade, especialmente do mercado de trabalho, tem levado à discussão sobre o caso de o hiato do produto estar mais estreito do que o utilizado atualmente pelo Copom em seu cenário de referência”. Os dois integrantes do Copom que votaram por um aumento adicional da Selic na reunião passada citaram que havia “ambiente de incerteza sobre o nível do hiato do produto e a dinâmica da atividade” entre outras justificativas para uma elevação de 0,25 ponto percentual.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Dida Sampaio, Estadão