Derrotados no Congresso quando foram aprovadas as leis complementares 192 e 194, os governadores perdem tempo precioso para reverter as quedas de receita esperadas com o ICMS. O presidente do Comitê de Secretários de Fazenda (Comsefaz), Décio Padilha, admitiu que a reunião de conciliação realizada ontem no STF não teve avanço, mas foi marcada outra tentativa para 16 de setembro. Independentemente dos argumentos de Paulo Guedes, do ministro Gilmar Mendes e dos governadores, o que está em jogo é o poder de barganha para que uma Reforma Tributária seja aprovada no Congresso. Se prevalecer o medo de perder arrecadação, Estados e municípios vão jogar contra qualquer mudança, o que reforça o impasse que vem sendo mantido há décadas. O sistema tributário é injusto, caótico e perverso para os contribuintes, mas, no Brasil, tudo pode piorar. Não basta ser a favor da Reforma Tributária, é preciso construir, politicamente, um caminho de confiança para aprovar mudanças. Até agora, todos os governos falharam nessa missão.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
