Se o anúncio de ontem reduziu a ansiedade dos que esperavam saber qual é a cara do substituto do teto de gastos, a pergunta que não foi respondida é: se a despesa não será fortemente reduzida, como será elevada a receita sem aumentar a carga tributária? O ministro Fernando Haddad tem dado claros sinais nessa direção. Na entrevista coletiva da divulgação do arcabouço fiscal, ele rejeitou a volta de um tributo sobre transações financeiras, o fim do Simples e a reoneração da folha de pagamento. Disse que muitos setores foram beneficiados, mas não há controle dos resultados dessas vantagens. Se Haddad prometeu fechar os ralos do patrimonialismo, a guerra será longa. No radar mais próximo, a expectativa é a de tributação de sites de apostas e big techs. O secretário do Tesouro, Rogério Ceron, garantiu que as medidas que serão anunciadas na semana que vem vão convencer os que duvidam de que o déficit primário deste ano será de 0,5% do PIB.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Diogo Zacarias, MF