O anúncio da nova política de preços da Petrobras é, em resumo, uma liberdade para que a empresa possa praticar preços que já vinha acontecendo nos últimos anos. É o fim da amarra do PPI, mas o próprio presidente Jean Paul Prates deixou claro que os preços de importação ainda serão levados em conta no preço final. As reduções anunciadas com a nova precificação de R$ 0,40 para a gasolina e R$ 0,44 para o diesel nas refinarias, por exemplo, é bem próximo dos valores de defasagem positiva da empresa até ontem. Há quem diga dentro da empresa que, na prática, a margem para a Petrobras praticar preço um pouco mais baixo ou mais alto é um pouco maior, mas não deve ter diferença significativa do que já vinha sendo feito. Nos últimos anos sob a gestão de Jair Bolsonaro, a petroleira já segurava preços e, em momentos de queda no cenário internacional, repassava os cortes de forma célere. Na coletiva, Jean Paul deixou claro que a nova estratégia comercial não é carta branca para intervenção do governo na empresa e que não serão praticados preços abaixo da rentabilidade. A tática da presidência da Petrobras para acelerar as mudanças foi aprovar uma nova estratégia comercial sem mudança das diretrizes de precificação. Com isso, burlaram a necessidade de aprovação no Conselho de Administração, já que não houve mudanças no estatuto da empresa.
Equipe BAF – Direto de Brasília
Foto: Pedro Krillos, Flickr