O ex-juiz Sérgio Moro filiou-se ao Podemos nesta manhã e lançou sua pré-candidatura à Presidência tendo como mote o combate à corrupção. Num discurso de quase 50 minutos repleto de frases de efeito, Moro evitou falar no nome de Bolsonaro, justificou seu trabalho numa empresa de compliance no exterior dizendo que precisava trabalhar e afirmou que resolveu ingressar na política para ajudar o país. Poucos políticos relevantes participaram da cerimônia, o que evidencia a dificuldade que terá para fazer alianças. Dos presentes, destaque para o senador Álvaro Dias, do ex-ministro Luis Henrique Mandetta, e dos deputados Kim Kataguiri e Joice Hassellmann, além de alguns parlamentares do Novo. O discurso de Moro tentou criticar o PT e Bolsonaro, sem citar nomes. Mas, para ganhar adesão popular, o ex-juiz terá que ter um programa de governo consistente e não apenas ideias de combate à corrupção e a busca de um país do futuro. A falta de apoio consistente, inclusive técnico, o fez anunciar a primeira medida de seu hipotético governo: criar uma força tarefa de combate à pobreza. Força tarefa pode ter funcionado na Lava Jato, mas na realpolitik de Brasília isso é sinônimo de discurso apenas, e não de trabalho com objetivo definido de fato.
Chico de Gois – Direto de Brasília