Na semana em que o ministro da Fazenda se desgastou com o Congresso, Fernando Haddad fez questão de aparecer nesta quinta-feira ao lado da colega do Planejamento, Simone Tebet, para demonstrar o discurso afinado da equipe econômica.
A palavra de ordem entre os dois é “revisão dos gastos”. Haddad comemorou que a agenda da revisão está “ganhando tração” e que o orçamento de 2025 já está na ordem do dia de ambos. A decisão sobre as mudanças será política e caberá só ao presidente Lula, repetem os ministros em todas as oportunidades.
Em meio às conversas sobre eventuais mudanças nos pisos da Educação e Saúde, Tebet repetiu que há planos “A,B,C, D” nos estudos sobre essa revisão. Na CMO desta quarta-feira, Tebet sugeriu desvincular benefícios (e não aposentadoria) do salário mínimo. Ela também citou como exemplo o crescimento exponencial do Fundeb, defendeu melhorar a qualidade dos gastos, enfatizou que “a renúncia fiscal está insustentável” e que as fontes de receitas estão se esgotando.
Sob pressão dos parlamentares na sessão da CMO, a ministra respondeu que sua função no governo é “colocar o dedo na ferida” e dar opções ao presidente.
Tebet deixou claro que sabe a dimensão das resistências no Congresso e o BAF informou que dentro da base aliada há rejeição antecipada a essa agenda. Entre a equipe econômica e a posição da ala política do governo, ainda é cedo para dizer qual rumo Lula vai tomar.
Daiene Cardoso – Direto de Brasília
Foto: Ed Alves, CB, D.A. Press