A meta fiscal zero para 2025 foi classificada no Congresso como um “desastre”, “demonstração de arcabouço faz de conta” e “desmoralização” da política econômica de Fernando Haddad. Parlamentares considerados independentes dizem que o ministro da Fazenda “se rendeu ao histórico perdulário do PT” e que o Legislativo não terá o que fazer quando o “mau exemplo” (de descompromisso com o equilíbrio nos gastos públicos) vem do próprio governo. Mendonça Filho (União/PE) lamentou que o arcabouço “não durou nem para o primeiro aniversário”. Relator do novo regime fiscal na Câmara, Cláudio Cajado (PP/BA) disse que, apesar de representar piora do cenário, a nova meta para 2025 é mais realista, mas ela indica a incapacidade das receitas acompanharem o crescimento das despesas. Para Cajado, essa dependência é preocupante porque não há sinalização por parte do governo de corte de despesas e o cenário para 2024 está baseado em receitas extraordinárias que não devem se repetir nos anos seguintes. Já o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT/BA), foi econômico na repercussão: disse que nada muda na articulação do governo e que há um “estresse desnecessário” sobre o tema.
Daiene Cardoso e Chico de Gois – Direto de Brasília
Foto: Diogo Zacarias, MF