Os argumentos de coerência e racionalidade que justificam a defesa da meta fiscal de 2024 por Fernando Haddad estão no centro da discussão interna, no governo, sobre a escolha do modelo de crescimento. Os que criticam o ministro da Fazenda neste momento alegam que as promessas da campanha eleitoral de Lula, vitoriosa do ano passado, estão ligadas ao Estado indutor da atividade econômica, com políticas públicas que têm a missão de criar empregos e reduzir desigualdades. Haddad insiste que o impulso fiscal representado pela maior tolerância ao gasto público não vai levar ao crescimento sustentável. Na equação de equilíbrio da política econômica do ministro da Fazenda, não faz sentido perder força com uma política monetária restritiva por causa do aumento das despesas. Esse aparente isolamento vivido por Haddad neste momento é típico dos ministros da Fazenda em todos os governos mais recentes. Lula sabe disso, apesar de ter enfrentado conjunturas muito diferentes da atual quando foi presidente de 2003 a 2010. O teste da meta fiscal de 2024, com o equilíbrio entre receitas e despesas defendido por Haddad, é importante no confronto das ideias entre as forças políticas que sustentam o governo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Governo Federal