A meta contínua de inflação será adotada a partir de 2025 e o ministro da Fazenda informou que essa decisão foi baseada no fim do mandato do presidente Roberto Campos Neto no Banco Central. A mudança, apesar de todo o calor provocado pelas críticas de Lula contra a Selic de 13,75% ao ano, observou as condições possíveis nos âmbitos econômico e político. Durante a manhã, Campos Neto comentou que, tecnicamente, o BC já tinha produzido uma análise que concluiu como positiva a evolução de um regime com ano-calendário para o de meta contínua. Ele também ponderou que, elevar a meta de inflação pode provocar efeito contrário ao desejado pela contaminação das expectativas. Haddad e Simone Tebet disseram que a reunião ordinária do CMN, realizada hoje, foi unânime nesse ponto e que não houve objeção do BC. Se as metas anteriormente definidas para 2024 e 2025 eram de 3% com intervalo de 1,5 ponto percentual, nada foi alterado. O ministro da Fazenda explicou que o BC definirá o horizonte relevante, já que a autonomia operacional prevista em lei não será, obviamente, mudada pelo decreto de Lula, mas, na prática, pode ser de 24 meses.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Vinícius Schmidt, Metrópoles