O presidente eleito deu mensagem clara sobre o que vai ser o seu terceiro mandato. Credibilidade, estabilidade e previsibilidade foram as três palavras usadas por ele para resumir o que é governar. Ele foi previsível ao rejeitar a privatização da Petrobras e o esvaziamento dos bancos federais e disse que vai querer ouvir dos ruralistas qual é a “bronca”. Quando disse que as cisternas são importantes para os mais pobres do sertão nordestino, explicou que, nessas horas, não pensa em macroeconomia, mas na dignidade. Lula foi presidente do Brasil por oito anos e, mais do que ninguém, entende o benefício do equilíbrio das contas públicas porque um país quebrado não consegue executar políticas sociais de redução da desigualdade. Ele disse que a modernização da tecnologia não tem de significar empregos sem proteção e, portanto, quer discutir capital e trabalho no Século 21 porque alguns direitos foram tirados do trabalhador. Lula prometeu recolocar o Brasil no centro da geopolítica mundial e disse que não quer inimigos e guerra, mas o que ele chama de reconstrução do Brasil vai garantir muita briga interna nos próximos quatro anos.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil