Lula disse hoje, em entrevista coletiva, que o governo vai fazer tudo o que for possível para cumprir a meta fiscal de 2024, mas o déficit primário não precisa ser zero. De acordo com Lula, o país não precisa disso, o que significa corte de bilhões de reais em obras prioritárias. Na avaliação do presidente, o mercado é “ganancioso demais” e cobra uma meta que não pode ser cumprida. Lula disse que, se for déficit de 0,5% ou 0,25% do PIB, “não é nada”. O ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central defendem que as metas sejam perseguidas porque é isso que tem relevância para as expectativas dos agentes do mercado que formam os preços. Roberto Campos Neto tem dito que sabe a grande dificuldade que qualquer governo tem para cortar gastos porque o orçamento é muito rígido. Fernando Haddad fez a promessa de metas fiscais ousadas antes de o Congresso aprovar o novo marco fiscal, mas tem mantido o compromisso de déficit de 1% do PIB em 2023, equilíbrio entre receitas e despesas em 2024 e superávits primários a partir de 2025. Lula sabe que o Congresso avança, cada vez mais, sobre o controle do orçamento.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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