O presidente da Câmara disse hoje que vê grande risco político se o governo mandar ao Congresso medidas que aumentem a tributação das empresas e dos mais ricos. O relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), já tinha afirmado que não gostaria de ver o Congresso obrigado a enfrentar outra grande pauta além da PEC 45 neste semestre. Em meio a esses avisos, o ministro Fernando Haddad tem dado sinais de que pretende enviar em agosto propostas que mudam as normas sobre fundos exclusivos e o pagamento de juros sobre capital próprio. A tributação das offshores já está na MP 1171, mas permanece o impasse entre Câmara e Senado sobre o rito de tramitação das Medidas Provisórias. Sem acordo, o governo pode ter de, novamente, enviar um projeto de lei. Haddad tem ótimo relacionamento com Lira e Pacheco. Braga é da base do governo no Senado. Os próximos dias serão decisivos para identificar qual é o caminho que o governo vai tomar para unir medidas de justiça tributária e, ao mesmo tempo, elevar a previsão de arrecadação em 2024 com a promessa de equilíbrio entre receitas e despesas.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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