Vai chegar aos grupos temáticos da Transição uma preocupação de técnicos de várias áreas do governo e do setor privado sobre a relação que têm entre si os investimentos público e privado. Há muitos empresários que não são contrários ao investimento público, mas temem que uma política pública agressiva de fomento faça sombra ao que vem se desenvolvendo há alguns anos, especialmente depois de 2016. Em vez de irem ao BNDES pedir crédito mais barato, líderes de projetos de infraestrutura tiveram de fazer roadshows para captar investimentos de fundos privados e provar que são economicamente viáveis. Esses técnicos querem ressaltar a mensagem de que a atuação do BNDES não precisa excluir o papel crescente do mercado de capitais. Há inúmeros mecanismos de parceria público-privada que preservam a inteligência de mercado que vem se desenvolvendo. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador da Transição de governo, tem repetido que é preciso retomar o investimento público quando justifica a necessidade de o Congresso aprovar uma PEC que autoriza gastos acima do teto e grandes mudanças na lei orçamentária de 2023.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Pedro Kirilos, Estadão
