A segunda-feira se encerrou e os negociadores do governo no Congresso ficaram sem saber se o relatório da MP 1185 será votado hoje na comissão especial. Há pressões de vários lados para desidratar o aumento de arrecadação planejado e o Centrão quer uma diretoria na Petrobras. Fernando Haddad acenou com uma nova medida para substituir a desoneração da folha, mas não há certeza se o esforço é suficiente. Técnicos da equipe econômica não trabalham com a possibilidade de retomada da cobrança da Cide sobre a gasolina, mas há chance de uma decisão política determinar a tributação, por meio de Medida Provisória, dos fundos de investimento do agronegócio e do setor imobiliário que escaparam do texto aprovado pelo Congresso em relação às offshores e fundos exclusivos. O contexto dessa decisão é o de garantir arrecadação suficiente para 2024, ano que tem meta de equilíbrio entre receitas e despesas e a MP 1185 ainda depende de votações na comissão mista e nos plenários da Câmara e do Senado. Técnicos da Receita Federal têm um estoque de medidas arrecadatórias, mas a decisão política de adotá-las é do alto escalão do governo, o que envolve Lula, Haddad, Simone Tebet e os ministros Rui Costa e Alexandre Padilha.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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