O ministro da Fazenda voltou a falar mais detalhadamente sobre a meta fiscal do ano que vem. Na noite de ontem, em evento do Itaú, ele se expressou de uma maneira diferente da usada na coletiva de 30 de outubro. Na sexta-feira anterior, Lula tinha derrubado, em palavras, a defesa do equilíbrio entre receitas e despesas. O presidente disse que não haveria problema se o déficit primário ficasse em 0,25% ou 0,5% do PIB. Em reunião ministerial realizada em 3 de novembro, Lula reforçou a mensagem ao dizer que é bom gastar bem. Ontem, Fernando Haddad usou a mesma expressão do presidente para repetir que, para ele, nada mudou. O ministro da Fazenda de Lula disse que a meta de déficit primário zero não precisa estar na lei para ser perseguida. Segundo Haddad, as pessoas ficam se apegando se vai ser zero, 0,25% ou 0,5% do PIB. É uma ousadia política que ele somou à ousadia fiscal. Como Lula já falou sobre o tema, Haddad criou uma meta própria se, por acaso, perder a briga na argumentação interna do governo e o objetivo fiscal de 2024 for formalmente alterado. O ministro ressaltou que mantém o que disse em dezembro de 2022. Para ele, o impulso fiscal não era a melhor opção para o crescimento sustentável.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Adriano Machado, Reuters