A mudança de planos sobre o momento de enviar ao Congresso a segunda etapa da Reforma Tributária tem sido justificada pelo ministro da Fazenda. Passada a euforia pela vitória representada pela aprovação da PEC 45 na Câmara, Fernando Haddad refletiu com outros integrantes da cúpula do governo Lula e adiou a remessa das mudanças no Imposto de Renda. O tema já tinha provocado um impasse no Senado quando foi paralisada a tramitação do substitutivo do deputado Celso Sabino para a reforma pretendida pelo ministro Paulo Guedes. Hoje, Haddad disse no Rio que terá muita cautela sobre a Reforma Tributária da renda. Ponderou que o Senado ainda tem de discutir a reforma do consumo e as mudanças no IR são mais complexas porque foram menos discutidas. O ministro da Fazenda também ressaltou que a Reforma Tributária não pode ter o objetivo de realizar ajuste fiscal, outro ponto de grande resistência entre os empresários do setor de serviços, por exemplo. Haddad defendeu que o equilíbrio das contas públicas virá com o novo marco fiscal, com a redução ou eliminação dos gastos tributários e penduricalhos que provocam judicialização. O ideal, na avaliação do ministro, é combinar as duas reformas com neutralidade da carga.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Diogo Zacarias, MF