O ministro da Fazenda disse há pouco, em São Paulo, que não vê maiores problemas na indefinição da data para a segunda votação do novo marco fiscal na Câmara, mas, por outro lado, procurou ressaltar que o projeto de orçamento de 2024, que será mandado neste mês ao Congresso, tem de ser equilibrado. Em outras palavras, Fernando Haddad sabe que será grande a resistência para aprovar o aumento da tributação sobre offshores, fundos exclusivos e juros sobre capital próprio. Sem essa elevação da arrecadação, será difícil cumprir a ordem de Lula: colocar os pobres no orçamento. Haddad disse que serão restauradas as perdas provocadas pelo teto de gastos ao orçamento da saúde, o que significa aproximadamente R$ 40 bilhões. O ministro comemorou a estimativa menor para o pagamento dos precatórios, sinal de que a bomba relógio prevista para explodir em 2027 pode ser desarmada. No âmbito fiscal, o que preocupa Haddad é a queda da arrecadação nos três níveis da federação.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil