O ministro da Fazenda evitou responder se a promessa de equilíbrio entre receitas e despesas está mantida para o ano que vem depois de o presidente Lula ter dito o contrário na sexta-feira. Fernando Haddad começou a entrevista com o anúncio das indicações de Paulo Pichetti e Rodrigo Teixeira para as diretorias do Banco Central. Depois disso, deu longa justificativa da erosão da arrecadação. Uma delas é o veto à Lei Complementar 160 que o Congresso derrubou em 2017 e, segundo o MF, vai reduzir em aproximadamente R$ 200 bilhões neste ano e R$ 149 bilhões em 2022. Outra causa é a decisão do STF que, em 2017, retirou o ICMS da base de cálculo de PIS e Cofins. Haddad reconheceu que não há decisão política para esses problemas e que Lula pediu reuniões com Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e líderes dos partidos. O STF também será procurado. O ministro da Fazenda informou que pode antecipar medidas que seriam tomadas em 2024, sem detalhá-las, mas avisou que o Congresso talvez não possa digerir tudo o que é necessário. Segundo Haddad, o papel dele é o de buscar o equilíbrio fiscal e fará isso enquanto estiver no cargo. “Minha meta está estabelecida. Vou buscar o equilíbrio fiscal de todas as formas justas e necessárias”, afirmou o ministro da Fazenda.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Hugo Barreto, Metrópoles