No dia em que o Copom vai anunciar sua decisão sobre a Selic, o ministro da Fazenda repetiu que a política monetária pode e deve ser criticada. Disse que é “meia verdade” desqualificar como “política” a divergência e “técnica” a defesa da taxa básica de juros em 13,75% ao ano. O comentário foi feito no programa Bom Dia Ministro, da EBC, ao responder pergunta sobre a possibilidade de o governo Lula propor o fim da autonomia operacional do Banco Central. Fernando Haddad não deu uma resposta direta, mas ponderou que Lula convive com as instituições que herdou do governo anterior, incluídos os ocupantes de cargos que têm mandato. Na avaliação do ministro, isso não impede o presidente da República de criticar os juros altos. Haddad argumentou que há técnicos muito capacitados na equipe econômica que criticam a política monetária e ele tem procurado discutir tecnicamente o tema. Ressaltou que as decisões do Copom não são sempre unânimes e, portanto, há divergência dentro do Banco Central em algumas ocasiões. Além disso, citou que, no mercado financeiro, há quem espere reduções da Selic em 0,5pp e até 0,75pp. Na avaliação do ministro da Fazenda, o Brasil melhorou muito com o governo Lula porque há um reconhecido esforço para pôr o país em ordem.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: José Cruz, Agência Brasil
