O presidente Lula está reunido com os ministros Fernando Haddad, Simone Tebet, Rui Costa e Esther Dweck para discutir detalhes do orçamento de 2024. Segundo fontes do Ministério da Fazenda, a estrutura do PLOA e a previsão de equilíbrio entre receitas e despesas já estava decidida desde antes da viagem presidencial à África do Sul. Faltando dois dias para a divulgação do PLOA, Haddad teve de repetir, mais uma vez, que o governo vai zerar o déficit primário no ano que vem. A promessa ousada fez parte da estratégia de ganhar apoio à proposta do novo marco fiscal. Agora, alcançado o objetivo, há no governo quem defenda um recuo porque, afinal, é preciso investir e apresentar os resultados do Novo PAC. Os ministros da Fazenda lutam, em qualquer governo, contra pressões gastadoras. Afinal, governante algum quer ser gestor de folhas de pagamento de servidores. Governo “sem caneta” perde o sentido político. Assim foi demolido o teto de gastos. Fernando Haddad confirmou que outras medidas serão divulgadas na quinta-feira, além da MP 1184 (fundos exclusivos, trusts) e do PL 4173/2023 (offshores). Ele não revelou detalhes, mas o BAF apurou que está na Casa Civil a proposta que muda as normas sobre o pagamento de juros sobre capital próprio.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Wilson Dias, Agência Brasil