O IPCA medido em 2023 é boa notícia para todos os brasileiros, mas, politicamente, dá força a Fernando Haddad na permanente luta contra a expansão dos gastos. Os 4,62% apurados na variação do índice de preços estão dentro do intervalo de tolerância da meta e o Banco Central está em pleno ciclo de redução da Selic. Para o ministro da Fazenda, é o cenário ideal porque a defesa que ele faz da harmonização das políticas fiscal e monetária tem justamente esse desfecho. Para o BC, autônomo na política de preservação da moeda, a volta do IPCA à meta é melhor ainda. O ex-presidente Jair Bolsonaro desesperou-se quando viu que a inflação corrente chegou aos 12% em pleno ano eleitoral e o litro da gasolina bateu R$ 10 em algumas cidades. Não há governo que resista a esse desgaste. Ontem, Lula apresentou Ricardo Lewandowski como seu ministro da Justiça a partir de 1° de fevereiro, mas aproveitou a ocasião para dizer aos jornalistas que o Brasil terá outro ano primoroso com a economia, crescendo mais do que os especialistas esperam. O presidente afirmou que o dinheiro investido em 2023 ainda não chegou na ponta, mas, em 2024, terá a colheita de parte de bons resultados. Lula disse que foi eleito para cuidar bem do país e parece que o plano dele passa pela confiança que tem em Haddad na condução de uma política econômica que conviva civilizadamente com um BC autônomo.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Divulgação, Diogo Zacarias