O ministro da Fazenda disse hoje, em evento do G20 em Brasília, que os países precisam aumentar o espaço fiscal para investimentos públicos de qualidade. Fernando Haddad argumentou que é inadiável combater a desigualdade e impulsionar uma transição energética global justa. O contexto internacional usado por ele tem inúmeras ameaças e, entre elas, está a incerteza sobre a duração das restrições financeiras e monetárias, já que vários países têm dívidas grandes demais. Haddad criticou a globalização baseada apenas na eficiência dos mercados e na procura de lucros cada vez mais elevados porque ela não está a serviço da maioria da humanidade e acelera a deterioração climática. Apesar da crítica, o ministro da Fazenda não rejeitou a integração econômica mundial, mas ponderou que preocupações socioambientais devem ser o foco dos países que buscam acelerar o desenvolvimento sustentável. O G20 e os organismos multilaterais têm uma velocidade muito baixa se forem consideradas apenas as medidas concretas que são tomadas, mas é um espaço de negociação fundamental para a articulação de políticas públicas, principalmente em momentos de turbulência. Na crise financeira global de 2008, com a quebra dos bancos americanos, o diálogo internacional de autoridades monetárias e fiscais foi muito importante. No começo de 2020, com a pandemia, a mesma urgência se repetiu.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda
