O ministro da Fazenda, que defende a harmonização das políticas fiscal e monetária, teve boas notícias ontem. A mais importante delas foi elogiada por Fernando Haddad depois de o Copom anunciar que reduziu a Selic pela quarta vez consecutiva neste ano. Além disso, os diretores do Banco Central mantiveram no comunicado o plural ao se referir aos cortes de 50 pontos-base nas duas próximas reuniões. Se nada muito relevante acontecer, a Selic deve ir a 10,75% em 20 de março. O Fed também ajudou ontem ao dar sinais de afrouxamento monetário. Haddad continua pressionado porque é o fiador da harmonização das políticas fiscal e monetária, mas enfrenta pressões contra a meta de equilíbrio entre receitas e despesas em 2024, ingrediente central das expectativas de inflação. O discurso e as atitudes de Lula e de importantes personagens da política petista não ajudam o ministro da Fazenda porque, no ideário deles, o Estado tem de investir mais para induzir o crescimento da economia. O presidente do BC reconheceu que é extremamente difícil convencer políticos e governantes de que mais investimento público pode significar menos crescimento porque a incerteza fiscal deprime o investimento privado.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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