Com Arthur Lira fora do País, o plenário da Câmara pautou e aprovou o requerimento de convocação do ministro Paulo Guedes para dar explicações sobre sua offshore em paraíso fiscal. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, foi poupado. Como o BAF destacou mais cedo, poucos na Casa nutrem simpatia pelo ministro da Economia e hoje os adversários assumidos usaram o argumento de que ele ganhou dinheiro no exterior com a alta do dólar. Com um amplo placar de 310 sim e 142 não, Guedes terá de vir ao plenário dar suas justificativas, como aconteceu recentemente com o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna. Até ontem, a convocação estava restrita à Comissão de Trabalho e hoje foi a vez da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. O líder do governo, Ricardo Barros (PP/PR), sugeriu que o requerimento fosse transformado em convite para que Guedes comparecesse na próxima quarta-feira (pós-feriado prolongado, com trabalhos esvaziados na Casa), mas a oposição recusou a proposta. Num primeiro momento, a base governista considerou que a proposta era aceitável, mas mudou de ideia diante da firmeza dos oposicionistas e da iminência da aprovação do requerimento. O líder do PP, Cacá Leão (BA), justificou que o ministro precisava dar explicações ao Parlamento. Com o reposicionamento de Leão, os demais partidos aliados do governo se alinharam ao PP e mantiveram o requerimento em pauta. A leitura que alguns parlamentares fizeram é de que o Centrão decidiu deixar claro para Jair Bolsonaro agora toda sua insatisfação com o “Posto Ipiranga”. “Causa estranheza que o Centrão todo esteja orientando a favor”, observou Marcel Van Hattem (Novo/RS). A vinda de Guedes ainda não tem data marcada.

Daiene Cardoso – Direto de Brasília

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