A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, publicou em sua conta no Twitter, na terça-feira, que o Senado precisa tomar providências. Ela se referia ao fato de o Banco Central estar há quase dois anos sem cumprir a meta de inflação apesar de os juros serem “estratosféricos”. Naquele dia, Roberto Campos Neto passou mais de cinco horas explicando aos senadores da CAE os motivos de a Selic estar em 13,75%. Ele rebateu todas as críticas que a política monetária enfrenta e avisou que a Argentina perdeu o controle da inflação ao ser tolerante e abandonar o regime de metas. No país vizinho, a pobreza extrema explodiu e inviabilizou a candidatura do presidente Alberto Fernandez à reeleição. Hoje, o presidente do BC participará de outra audiência pública no plenário do Senado. Ele terá a companhia de Fernando Haddad e Simone Tebet. O presidente Rodrigo Pacheco é outro importante personagem político que critica os juros altos. Na longa audiência na CAE, os parlamentares da base do governo não conseguiram articular argumentos convincentes. Campos Neto ressaltou que elevou juros em pleno ano eleitoral, defendeu a autonomia operacional do BC e disse que Henrique Meirelles fez o mesmo movimento em 2003. No governo, a expectativa é a de Haddad apresentar argumentos mais sólidos contra a condução da política monetária.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: José Cruz/Agência Brasil