O governo acompanha os atos de mobilização dos funcionários públicos marcados para hoje, mas conta com naturais divisões que marcam as diferentes pautas de reivindicação de dezenas de carreiras que estão em campanha por reajuste salarial. Os servidores da Receita Federal, por exemplo, têm como prioridade o cumprimento de um acordo feito no governo Michel Temer que dá bônus de eficiência, mas não foi regulamentado. Outro dado que serve de consolo para o presidente Jair Bolsonaro é o apoio que ele teve na eleição de 2018 no Distrito Federal, unidade da federação onde predominam funcionários públicos e seus interesses. Dados do TSE informam que o candidato vitorioso teve 58,37% dos votos válidos no primeiro turno e 69,99% no segundo turno. Independentemente do desgaste que o governo teve desde 2019, principalmente durante a pandemia, Bolsonaro acredita que pode ser evitado um confronto maior com os funcionários públicos, apesar da inflação de dois dígitos que reduziu o poder de compra dos salários.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília