Os senadores da Comissão de Assuntos Econômicos aprovaram as indicações de Gabriel Galípolo e Aílton Santos à diretoria do Banco Central. A votação em plenário deve acontecer hoje e os negociadores do governo no Congresso não identificaram riscos relevantes. Galípolo deixou a Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda em meio às críticas de Lula, ministros, parlamentares e empresários contra os juros altos. Vai assumir a Diretoria de Política Monetária e, neste primeiro momento, estará ligado às especulações de substituir Roberto Campos Neto na presidência do BC no início de 2025. Quando Campos Neto deixar o BC, começará a vigorar a meta contínua de 3%, o que dará mais flexibilidade à política monetária. Na sabatina, Galípolo foi suficientemente diplomático para evitar choques ou promessas em temas polêmicos como, por exemplo, câmbio, moeda comum, operações compromissadas, relação dívida/PIB e autonomia do BC. Ele não fugiu das respostas, mas mediu cuidadosamente as palavras. Sobre a autonomia do Banco Central, disse que as divergências vêm de ruídos, mas que esse debate não cabe aos diretores do BC porque há uma lei. Apesar da ressalva, afirmou que a autonomia não deve prevalecer sobre o desejo do eleitor e que, obviamente, o poder eleito determina o destino econômico da sociedade. Autonomia técnica e operacional, na opinião dele, é o que se deve perseguir.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
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