O programa Nova Indústria Brasil (NIB) foi divulgado pelo presidente Lula no Palácio do Planalto na segunda-feira (22) e, naquele dia, Fernando Haddad estava em São Paulo onde deu entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura. Na véspera, ele não tinha recebido detalhes do que seria anunciado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. No Roda Viva, Haddad disse que não há paradoxo entre a política industrial e seu esforço para reduzir subsídios e gastos tributários. Na avaliação do ministro, a NIB foi uma prestação de contas que permitiu ao BNDES voltar à ativa. O banco de fomento, segundo ele, foi vítima de acusações injustas, mas ponderou que o orçamento público está cheio de caixas-pretas com jabutis. Para Haddad, o que foi divulgado é um trabalho em andamento da missão histórica do BNDES. Na entrevista, o ministro da Fazenda ressaltou que a China produz aproximadamente 40% da produção mundial de veículos e 60% do aço. Portanto, o Brasil tem excelentes oportunidades para ocupar espaço relevante com a nova indústria e sua matriz energética sustentável. Sobre as preocupações do impacto fiscal da NIB, a Fazenda não se manifestou. Alckmin, Mercadante e Nelson Barbosa, diretor do BNDES, deram longas entrevistas afirmando que a política industrial é necessária e seu custo fiscal não é preocupante.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Marcelo Ferreira, CB, DA Press