O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda procurou ressaltar dados técnicos em sua crítica à política monetária, em contraste com os comentários do presidente Lula ou publicações da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, nas redes sociais. Guilherme Mello citou que a despesa com juros da dívida pública deve ser de R$ 680 bilhões em 2023 por causa do impacto da Selic em 13,75%. Esse valor, segundo ele, é maior que o dos orçamentos deste ano dos ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social somados. Apesar de ter feito a ressalva de que não pretende recomendar o que o Banco Central deve fazer com a Selic, Mello afirmou que a SPE comenta juros porque afetam a política fiscal e as variáveis macroeconômicas. Ressaltou que não se tem clareza do impacto de uma política monetária contracionista, mas disse que não critica o BC, mas faz constatações com dados. Para o secretário, não há razão técnica para a Selic estar onde está e faz tempo que há espaço para reduzi-la.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: Diogo Zacarias