in , ,

Facilitar comércio não requer moeda única

Os governos do Brasil e da Argentina querem dar sinais inequívocos de reaproximação, mas o radar dos técnicos da equipe econômica de Lula não indica a presença da ambiciosa ideia de uma moeda única nos moldes do Euro. A versão digital da moeda brasileira pode estar disponível no ano que vem e um dos três objetivos dessa política pública é desenvolver e aperfeiçoar os pagamentos transnacionais. Inúmeras medidas de facilitação do comércio podem ser adotadas nos âmbitos aduaneiro, tributário e tarifário. Políticas industriais podem ser coordenadas entre Brasil e Argentina para aproveitar melhor as vantagens regionais de produção de bens para os mercados internos dos dois países e para exportações. A ideia da moeda única é outra agenda e, neste momento, não há sinal de comprometimento para os gigantescos esforços fiscais que terão de ser realizados se a decisão política for, em algum dia, de uma nova moeda comum substituir plenamente o real e o peso. Desde os 90, quando o bloco foi criado a partir do Tratado de Assunção, os quatro integrantes do Mercosul fracassaram na coordenação macroeconômica. A Argentina sofre com um surto inflacionário que levou o índice de variação de preços aos 95% em 2022. No Brasil, há muita ansiedade para conhecer o arcabouço fiscal que vai substituir o teto de gastos.

Arnaldo Galvão – Direto de Brasília

Foto: AFP PHOTO / PRESIDÊNCIA ARGENTINA / ESTEBAN COLLAZO

Desenrola terá contrapartida para acesso ao Fundo Garantidor

Mínimo Existencial: reunião na sexta-feira