O comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, sinalizou hoje que reabriu conversas com a Embraer para reduzir ainda mais o volume de encomendas do KC-390. No final do ano, pressionado pela escassez de recursos, a FAB anunciou que diminuiria de 28 para 22, em uma primeira rodada, o número de cargueiros a serem comprados, abrindo um primeiro contencioso com a fabricante. No entanto, o Alto Comando da FAB entendeu que o número ideal de KCs a serem comprados, de acordo com a disponibilidade financeira deste momento, é de apenas 15 aeronaves, número muito abaixo do anunciado, abrindo um novo embate com a Embraer. O problema é que 15 aviões, é um número muito menor do que os 25% que a FAB poderia reduzir de encomendas, sem rompimento de contrato. A ideia do comandante da Aeronáutica é continuar conversando com a Embraer para que as compras dos KCs sejam reduzidas e passem a serem feitas em lotes. Com isso, a FAB tenta convencer a Embraer de que precisa reduzir a encomenda sem litígio e que poderá voltar a ampliar o número de cargueiros a serem comprados e até chegar às 28 aeronaves inicialmente previstas, a depender do orçamento no futuro. A falta de recursos e imprevisibilidade do orçamento é um problema enfrentado pela FAB. Esta redução de encomendas tem a ver também com a decisão do Alto Comando da FAB de priorizar a compra dos caças Gripen, que o brigadeiro Baptista já anunciou que vai ampliar de 36 para 40, em um primeiro momento. O comandante anunciou também que vai iniciar negociações com a sueca Saab para adquirir um novo lote de 26 aviões deste tipo, totalizando 66 aeronaves a serem espalhadas pelo país.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília