A crise criada pelo presidente Jair Bolsonaro com o funcionalismo federal ao prometer reajuste salarial a três carreiras policiais vai cobrar um preço político do governo, mas a equipe econômica trabalha para reduzir os danos. Não há espaço na lei orçamentária para agradar a todos. Uma possibilidade que está sendo avaliada é o aumento dos pagamentos acessórios como, por exemplo, o auxílio-alimentação. Algum arranhão na imagem do Executivo é inevitável. Se Bolsonaro descumprir a promessa, desagrada policiais federais, rodoviários federais e agentes penitenciários. Outro efeito seria o de prejudicar a potencial candidatura do atual ministro da Justiça, Anderson Torres, na eleição deste ano no Distrito Federal. Se o presidente cumprir a promessa feita aos policiais, vai desagradar o resto dos funcionários públicos que reivindicam reajuste de 26,3% para recompor as perdas provocadas pela inflação.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília