Apesar do ministro da Agricultura, Marcos Montes, estar bradando que o Plano Safra 2022/23 deverá ser “robusto”, a realidade ainda está longe disso. A queda de braço com o Ministério da Economia, que não quer chegar nem perto das pretensões da Agricultura, está irritando não só Montes, como todo o segmento do agro. A Agricultura, que inicialmente tinha estudos na casa dos R$ 300 bilhões para o plano deste ano, ampliou sua meta e agora pleiteia R$ 330 bilhões. Os recursos se destinariam ao financiamento, custeio e comercialização da safra nacional. Para a safra passada, foram destinados R$ 251,22 bilhões. O ministro quer ainda crédito de R$ 22 bilhões a R$ 23 bilhões de recursos do Tesouro Nacional para equalização de juros em 2022/2023, contra R$ 13 bilhões da safra passada. Os valores são contestados pela Economia, que alega que a questão fiscal não pode sair do radar. Outro ponto de desavença com o ME é a subvenção do seguro rural. Para o plano atual foram destinados cerca de R$ 1 bilhão. Para a nova safra, a Agricultura tenta obter a liberação de algo em torno de R$ 1,7 bilhão, o que também recebe ressalvas da Economia, que está evitando dizer quanto seria possível.
Tânia Monteiro – Direto de Brasília