Atitudes do presidente Jair Bolsonaro e de seus ministros mais importantes vão mostrar sinais mais nítidos do desenrolar da crise política do que meras declarações depois das manifestações de ontem em Brasília e São Paulo. O aumento da agressividade contra o STF vai cobrar um preço político do Palácio do Planalto no Congresso, o que põe em risco a lei orçamentária para 2022, os projetos do Auxílio Brasil, as mudanças no Imposto de Renda aprovadas com a ajuda da oposição na Câmara e a PEC dos Precatórios. Além da expectativa sobre o comportamento dos líderes do Centrão, as atenções se voltam para as mensagens dos dois principais personagens da equipe econômica, o ministro Paulo Guedes e o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Em eventos recentes, Guedes disse que acredita nas instituições, mas replicou a versão de Bolsonaro sobre um ministro do STF se excedendo. Campos Neto tem feito comentários mais otimistas sobre a situação fiscal do Brasil. Quando Bolsonaro falava abertamente contra as vacinas por causa da evidente vantagem que o governador de São Paulo alcançou com a Coronavac, Guedes e Campos Neto mantiveram discursos a favor da imunização em massa porque era a única perspectiva de a economia recuperar a atividade.

Arnaldo Galvão – Direto de Brasília

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