O presidente do Banco Central comentou hoje, ao participar de dois eventos abertos, a ansiedade que há com as despesas obrigatórias. Roberto Campos Neto disse que todos querem juros mais baixos, mas ponderou que o BC também se preocupa com a sustentabilidade da redução da Selic. Citou que, em 2011, foi feito um movimento nesse sentido, mas que acabou trazendo recessão depois. Na avaliação dele, o Brasil, tradicionalmente, tem muita dificuldade para reduzir despesas obrigatórias e há uma relação direta entre âncora fiscal e juros baixos. Campos Neto é um defensor da autonomia operacional do BC e revelou que gostaria de deixar um legado institucional por meio do qual as pessoas reconheçam que suas vidas melhoraram com educação e inclusão financeira. Ele também criticou as falsas narrativas que acusam a política monetária de favorecer rentistas. Na avaliação de Campos Neto, um BC que fez a maior subida de juros para combater a inflação em pleno ano eleitoral não pode ser acusado de politizar a economia.
Arnaldo Galvão – Direto de Brasília
Foto: EBC